Não faz muito tempo que o termo startup era um estrangeirismo para os executivos brasileiros. Mas, nos últimos anos, essa expressão virou mais que notícia, afinal, conhecemos tantas companhias que se denominam startups que a expressão ganhou papel em nosso dia a dia.
Antes, startup era sinônimo de empresas pequenas, mais informais, e que precisavam de capital aberto para que o fluxo acontecesse. Hoje, temos exemplos no país como a 99 e o Nubank, unicórnios brasileiros (termo utilizado para startups que valem um bilhão de dólares), e mundiais como o Spotify e o Snapchat. Todos com capacidade de gerir lucros e administrar a operação de forma independente, apesar de muitas dessas empresas ainda adquirirem capital com investidores.
Com a chegada de um novo modelo de negócio, chega também uma nova cultura. As tão conhecidas divisões móveis de fórmica branca são trocadas por espaços abertos, mesas de sinuca e até mesmo escorregadores e redes. O espaço de trabalho se transforma e, por consequência, a forma de relacionamento entre empresa e funcionário também.
As mudanças na forma de ensinar e aprender
Essa reflexão pode nos colocar em dois cenários: primeiro, a hierarquia é mais sutil. Muitas dessas empresas são lideradas por jovens mais novos que seus próprios funcionários. É da cultura desse modelo de negócio ouvir quem quer que seja, pois não se sabe quando se vai descobrir o próximo Mark Zuckerberg. O outro cenário é a gestão do tempo da equipe, que fica muito mais informal. A maior parte dessas empresas não possui controle fixo sobre o horário do colaborador, mas a confiança de que ele é capaz de gerir o seu próprio tempo.
Essa nova forma de gestão traz benefícios como senso de responsabilidade individual e um ambiente, muitas vezes, mais leve e descontraído. Em contrapartida, é preciso estar atento para que valores da cultura de cada companhia sejam perpetuados e que a aprendizagem seja continuada. Com tanta liberdade para o EU, um pouco da cultura coletiva pode estar em risco.
Como comunicar para essa turma?
A educação e as formas de aprendizagem se adaptam, mas a essência de unir e colaborar permanece. Um treinamento corporativo pode ser transformado em uma experiência mais dinâmica, mas a necessidade da conexão entre o time e a cultura da própria empresa devem convidar cada colaborador a olhar pelo conjunto.
Em alguns casos, executivos chegam a posições de liderança sem estarem prontos para se conectar com o outro. Foram anos e anos de produção e gestão da própria agenda, e quando o desafio é se envolver de forma efetiva com o time, há uma espécie de bug no sistema.
Cultura e valores precisam ser escaláveis
Não importa se a empresa tem dresscode de terninho ou se é possível ir de bermuda. A cultura e os valores precisam ser escaláveis. O Nubank, por exemplo, unicórnio brasileiro que começou com um cartão de crédito sem anuidade ou burocracias e hoje disponibiliza conta corrente para seus clientes, é um exemplo de empresa inovadora que consegue escalar de forma rápida. Hoje, a companhia tem mais de mil funcionários. Trata-se de um desafio constante levar para cada uma dessas pessoas uma cultura sólida e um ecossistema consistente.
Sempre sobre as pessoas
Quando vamos repassar conhecimento e realizar descobertas, é preciso conexão com as pessoas. É a partir desse olhar de cumplicidade e empatia que somos capazes de fazer com que cada integrante saia com a melhor experiência de um treinamento.
A forma de comunicar se transforma e também as demandas corporativas. Mas o que nunca muda é o olhar gentil que possibilita transpor as barreiras da aprendizagem e enviar a mensagem certa para cada um. Afinal, quando falamos de treinamento e trilhas de aprendizagem, estamos sempre falando sobre as pessoas.