Quero iniciar este texto lembrando o pensamento de Maurice Merleau-Ponty, filósofo francês do século XX, que acredito que nos ajuda a pensar entre a relação entre o nosso corpo e o espaço-tempo.
“Meu corpo é um sensível que é sensível para si mesmo. Meu corpo é o meu modo fundamental de ser no mundo”.
Como é fácil constatar, o convívio humano sofreu profundas alterações com o avanço da tecnologia que permeia todos os campos sociais, nos dando melhores condições de existir, ao mesmo tempo em que nos causa sensações de deslocamento no espaço-tempo, nunca experimentadas.
Estamos conectados e fazendo downloads reais ou virtuais a cada segundo.
Ora por meio de ideias novas, fatos importantes ou irrelevantes, novos rumos e comportamentos que de nós exigem rapidez, fluidez e instantaneidade. Singularidade contemporânea, estamos em todos os lugares, mesmo que fisicamente lá não estejamos.
Fale com as pessoas e verá que o tempo é o bem mais escasso e por isso precioso. Faça um exercício de observação e repare nas falas e conversas aleatórias dos elevadores, nas pausas para um café, ou em intervalo fortuito entre uma mensagem do whatsapp e outra. A palavra tempo sempre está presente, seja nas reclamações da sua falta, seja na velocidade com que afeta nossa existência.
Existimos em um espaço. Somos o tempo.
Portanto, podemos concluir que todos somos seres espaciais e temporais.
Todavia, somos também seres sensíveis.
E a resultante da nossa sensibilidade é o que costumeiramente chamamos de amor. Amor incondicional que eu trato mais intimamente como alegria.
Ainda que saiba da capacidade que o mundo tem para transformar a cada segundo nossas percepções, busco ter um olhar para os fatos sem impor condições idealizadas.
Penso que alegria não é somente procurar as melhores condições para viver. É antes de tudo estar conectado com o real, com o verdadeiro, com o justo e essencialmente e com a perfeição do momento presente.
Assistimos os afetos transitarem por nossos corpos e o espaço-tempo acompanha este filme chamado existência.
Sabe quando vivemos uma situação que nos afeta positivamente causando uma sensação de prazer e que desejamos que tudo aquilo durasse um pouco mais?
É a isso que me refiro.
Desejar estar no espaço-tempo e com a toda minha sensibilidade para me alegrar com o real.
Livres do espaço e do tempo, livre do caos e transcendendo a matéria
Livre da brutalidade e do caos próprio dos nossos corpos
Download para os computadores
CIBER CULTURA
Conjunto de práticas, atitudes, modos de pensamentos e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço.
Alexandre Toledo,
Consultor Leader